Salvação não pelas obras



Salvação não pelas obras


Graça e mérito são mutuamente exclusivos. Eles não podem coexistir; um elimina outro. As obras realizadas pelo pecador não podem ser base da salvação. O homem não pode alcançar nem merecer salvação. A “bondade” natural do homem não possui méritos aos olhos de Deus (Is 64:6). A justiça produzida pelo eu é presunção e o que é presunção pela carne é obra da carne. Todos os homens são pecadores e tudo no homem é pecaminoso. O homem não pode salvar a si mesmo.

 Os pecadores não podem obter a salvação pela observância da lei. A justiça que contém para com Deus não pode ser adquirida pela observância das leis do antigo testamento. A lei foi dada para definir e revelar o pecado (Rm 3:19 a 20; 7:7). A lei não foi projetada para ser um meio através do qual o homem pudesse ser salvo e obter a vida eterna (Gl 3:24). A entrada do pecado veio por Adão; o conhecimento do pecado veio por Moisés; a remissão dos pecados veio por Jesus. Através da morte de Cristo, os crentes foram redimidos da lei (Rm 7:4) (Ef 2:14 a 15) (Cl 2:14 a 20). A lei pela qual os crentes estão mortos são as leis cerimoniais do velho testamento. Os cristãos, portanto, não estão debaixo da lei, mas debaixo da graça (Rm 6:14; 7:6) (Gl 2:21; 4:30 a 31; 5:1,4,18).

 

Rm 3:20 nenhuma carne será justificada pelas obras da lei.

Rm 3:21 Justiça de Deus sem a lei.

Rm 3:27 Por qual lei? Das obras? não

Rm 3:28 Sem as obras da lei.

Rm 3:31 Anulamos pois, a lei pela fé?.

Rm 4:2 Abraão ano foi justificado pelas obras.

Rm 4:4 Galardão não segundo a graça.

Rm 4:5 Aquele que não pratica.

Rm 4:6 a 7 Justiça sem as obras.

Rm 4:9 a 12 Abraão justificado antes das obras.

Rm 4:13 a 15 Promessa não pela lei.

Rm 4:16 Pela fé, para que seja segundo a graça.

Rm 9:11 Não por causa das obras.

Rm 9:30 a 32 Israel buscava não pela fé.

Rm 10:3 Estabelecer a sua própria justiça.

Rm 10:4 Fim da lei para a justiça.

Gl 2:16 não é justificado pelas obras da lei.

Gl 2:21 Se a justiça provém da lei, Cristo morreu em vão.

Gl 3:10 Obras da lei debaixo de maldição.

Gl 3:11 Ninguém será justificado pela lei.

Gl 3:12 A lei não é a fé.

Gl 3:13 Nos resgatou da maldição da lei.

Gl 3:17 a 25 A lei serviu para nos conduzir a Cristo.

Gl 4:1 a 31 Filhos não da escrava.

Gl 5: 1 a 4 Da graça tendes caído.

Gl 5:18 Não estais debaixo da lei.

Ef 2:8 a 10 não vem das obras para que ninguém se glorie.

Fl 3:9 Não tenho a minha justiça que vem da lei.

Cl 2:14 a 20 Riscou a cédula, gravando - a na Cruz.

2 Tm 1:9 Não segundo as nossas obras.

Tt 3: 5 Não pelas obras de justiça que houvesse feito.

 

 Se a salvação pudesse ser obtida pelo homem, deixaria de ser uma dádiva. A vida eterna seria o pagamento de Deus de um débito com um homem (Rm 4:4). Paulo concluiu: (Rm 11:6). Se o homem alcançasse a vida eterna, ou pelo menos alcançasse parcialmente, a salvação deixaria de ser uma dádiva.

 Se a salvação fosse baseada nas obras humanas, o homem se vangloriaria das suas realizações. No Reino vivo o homem se gloriará, e orgulhosamente diria: “eu estou aqui por causa do que eu fiz. Sou digno de receber louvor e Glória que acumulei mérito suficiente com minhas próprias obras para merecer a vida eterna”. Orgulho, entretanto, é pecado, e os pecadores serão excluídos do Reino eterno de Deus. Paulo explicou: (Ef 2:8 a 10) (Rm 3:27). O plano de Deus para salvação através da graça produz verdadeira humildade dentro do homem. Em resposta à graça de Deus, o pecador se achega a Deus como ele é, sem um argumento de mérito próprio. Ele reconhece que não merece a salvação, que nada merece, se não a destruição. Para receber a dádiva de Deus, o pecador deve vir até Deus de mãos vazias. Augustus M. Toplady diz: “Nada em minhas mãos eu trago, simplesmente à tua Cruz eu me agarro.” Não se pode agarrar a Cruz de Cristo caso as mãos estiverem cheias das obras de si mesmo. Mão cheias de justiça própria não tem espaço para receber a justiça que é de Deus.

 Muitos pecadores rejeitaram a oferta de salvação de Deus porque são muito orgulhosos para aceitarem um presente. Porque o orgulho, eles afirmam sua autossuficiência e independência de Deus. Gloriam-se por não precisarem de ajuda externa, por poderem se afirmar sobre os próprios pés e tomar conta de si mesmo. Eles insistem que podem lutar suas próprias batalhas e que nunca pediram nada a ninguém. Querem ser deixados a sós para viver nas suas próprias vidas sem ainda interferência de Deus. Se Deus permitisse que comprassem a vida eterna de alguma forma, eles aceitariam alegremente a oferta de Deus. Viste que Deus insiste na salvação com uma completa dádiva, no entretanto, e considerando que o homem não pode de nenhuma forma merecer essa dádiva, Os pecadores orgulhosos não querem nenhuma relação com o evangelho. Jesus indicou o orgulho com maior Barreira para conversão: (Mt 18:3).

 A salvação não é pelas obras, para que nenhum homem se glorie; é somente pela graça para que todo homem se glorifique eternamente a Deus. A conversão não merece salvação. O arrependimento, fé e batismo não são origem ou base para a salvação. Através deles, ninguém acumulará méritos para obter a vida eterna. O pecador é salvo pelo arrependimento, fé e batismo porque esses requisitos devem ser preenchidos antes que ele possa aceitar a dádiva de Deus da salvação. A graça de Deus é a origem da salvação, o sacrifício de Cristo é a base da salvação. A conversão é a causa instrumental ou condição da salvação, mas não é a base meritória da salvação. O homem tem responsabilidade de aceitar a dádiva de Deus, mas Deus recebe toda a Glória por providenciar essa dádiva. Mesmo depois de terem aceitado a dádiva da salvação de Deus, e mesmo depois de terem permitido que Jesus produza frutos do espírito em suas vidas, eles não têm razão para orgulhar-se; eles não têm base para se gloriar. Depois de haver cumprido todos os requisitos de Deus, os crentes humildes reconheceram que são simplesmente “servos inúteis” (Lc 17:10). Cada pecado salvo no futuro Reino de Deus construirá uma ilustração da obra da graça de Deus (Ef 2:7). Embora imortal e cordeiro com Cristo, o crente glorificado será um testemunho da graça de Deus. Ele dirá: “eu estou aqui na eternidade perfeita de Deus, mas não mereço estar aqui. Eu mereço a destruição. Eu recebi a salvação pela graça salvadora de Deus pelo sacrifício vicário do cordeiro”. Ele sempre será “somente um pecador salvo pela graça”.

 

Não é o que minhas mãos têm feito

Que pode salvar a alma culpada;

não é o que minha carne labutante tem suportado

que pode encher o meu espírito.

 

Não é o que eu sinto ou faço

que pode me dar a paz com Deus;

nem todas as minhas orações, súplicas e lágrimas

pode suportar a minha terrível carga.

 

Somente a tua Glória, ó Cristo,

pode aliviar este peso do pecado;

somente o teu sangue, ó cordeiro de Deus,

pode me dar paz interior.

 

Teu amor por mim, ó Deus,

pode aliviar este peso do pecado;

somente o teu sangue, ó cordeiro de Deus,

pode me dar paz interior.

 

Teu amor por mim, ó Deus,

não é o meu, ó senhor, o teu;

pode me livrar dessa agitação escura,

e libertar o meu espírito.

 

Somente a tua graça, ó Deus,

pode pronunciar o perdão a mim;

teu poder somente, ó filho de Deus

pode quebrar este penoso cativeiro.

 

Eu vendi igual a Cristo de Deus;

Eu repouso no seu amor Divino;

e, com coração e lábios inabaláveis,

Eu chamo este Salvador de meu.

 

Horatius Binar 1861.

 

 A diferença básica entre o cristianismo e todas as outras religiões (incluindo as formas pervertidas de cristianismo) é que as religiões não cristãs são religiões da lei, enquanto o verdadeiro cristianismo é religião da graça. As religiões não cristãs são caracterizadas pelo esforço do homem para agradar a divindade mediante as suas próprias obras (Exercício moral, boas obras, práticas ascéticas, peregrinações, sacrifícios, etc.). A religião cristã, por outro lado, é caracterizada pela resposta humilde do homem para o que Deus tem feito e ainda fará por ele.

 

Max Mueller escreveu:  

 Na execução de minhas tarefas, por 40 anos como professor de sânscrito na universidade de Oxford, eu tenho dedicado tanto tempo quanto qualquer homem que vive do estudo do vírus agrados do Oriente, encontrei a nota principal, um diapasão, de modo a falar, de todos os chamados livros sagrados, seja o Veda dos Brahmas, Puranas de Siva e Vishnu, o Corão de Maomé, o Zend Avesta dos Persas, o Tripitaca dos Budistas - o único refrão através de todos - salvação pelas obras. Todos eles dizem que a salvação deve ser obtida, deve ser comprada por um preço, é que o único preço, o único dinheiro aceito, deve ser nossas obras eméritos. Nossa bíblia sagrada, nosso próprio livro sagrado do Oriente, é desde o princípio até o fim um protesto contra essa doutrina. As boas obras são, inclusive, ordenadas a nós neste livro sagrado do Oriente de maneira bem mais forte do que qualquer outro livro sagrado do Oriente; mas estas são apenas o resultado de um coração agradecido - elas são simplesmente uma oferta de gratidão de nossa fé. Elas nunca são o preço do resgate dos verdadeiros discípulos de Cristo. (Apud Pieper. Op. Cit., I,pp. 15,16).

 

A busca de Deus pelo homem

 A busca do homem por Deus é simplesmente sua resposta à busca de Deus pelo homem. Deus busca pelo pecador até que este O encontre. O pecador buscando a Deus é somente a resposta de Deus por ele. A salvação do novo testamento mostra que Deus e Jesus busca pelo homem. Jesus disse: (Lc 19:10). Ele contou do pastor que buscava a ovelha perdida, da mulher que vasculhou a sua casa em busca da moeda perdida e do filho perdido que compreendeu a sua condição e retornou para casa. O pecador deveria se colocar aos pés da Cruz de maneira que Deus em graça pudesse encontrá-lo.

 Deus, mediante a graça, faz volume ficar descontente com as coisas terrenas para que este possa buscar as coisas eternas. Ele invade o coração do homem, o desperta e produz dentro dele uma fome de justiça. A fome de vida espiritual é dádiva de Deus. Deus é sempre o primeiro. Os homens creem em Deus porque primeiro ele se revelou através da sua palavra. Eles amam a Deus porque Deus nos amou primeiro. Eles abrem a porta de seus corações para Deus porque primeiro ele bateu buscando entrar.

 

Eu busquei ao senhor, e em seguida eu soube

ele levanta a buscá-lo, buscando me;

não que eu encontrei, o Salvador, é verdade;

não, eu fui encontrado por ti.

 

Tu chegaste envolvendo tua mão na minha;

então caminhei e não naufraguei na tormenta do mar

não fui tanto eu que me segurei em ti,

como tu, querido ó senhor, em mim.

 

Eu acho, eu ando, eu amo, mas, o pleno senhor,

É apenas a minha resposta a ti,

posto desde muito tempo e antecipadamente

sempre me amaste.

 

Anônimo, 1904. 









Fonte: livro de teologia sistemas Alva G Huffer.


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